DOENÇAS

DOENÇAS - DIAGNÓSTICO - TRATAMENTO - PREVENÇÃO


Míase (bicheira)   

A míase é uma parasitose devido às larvas de diversas moscas que põem ovos numa ferida cutânea ou num canal natural (nariz, ouvido, pénis, ânus). A maioria das vezes tropicais, as míases podem revestir diversas formas: míase serpiginosa cutânea, hipodermose acompanhada por sintomas gerais, míase furunculosa e mais raramente míase ocular.

Nesta época de verão, onde as temperaturas atingem graus óptimos na proliferação de moscas, é muito frequente surgirem casos de míases.

Apelamos a uma redobrada vigilância ao vosso animal de estimação, não menosprezando em caso algum, pequenas feridas cutâneas.

Aumentar a frequência dos banhos e limpeza de pêlo.

Prevenir esta enfermidade, é sempre pouco. O tratamento é dispendioso, e, em alguns casos, já tivemos muitas casos onde foi necessário ocorrer à eutanásia.

Região perianal, consequente à uma diarreia. Ao levantar a cauda, foi visível a grande extensão da ferida, repleta de míases

Sob tranquilização: tricotomia, limpeza e desinfecção da zona afectada

 

 

 

 

 

 



Receita da LUIZA MEL:

Se o seu cão ou um cão de rua esta sofrendo com problema de bicheira, saiba que é muito fácil cura-lo, e você mesmo pode fazer, basta usar Capstar que é um eficiente eliminador de infestação de pulgas, mais funciona muito melhor para matar bicheiras de forma rápida e eficaz, em media de 1 dia, para quem não sabe, a bicheira são larvas de moscas que vão comendo a carne do animal, isso ocorre quando o animal se fere e não tem o tratamento adequado ai uma mosca pousa e bota seus ovos no ferimento e esses ovos por sua vez nascem e é dado o nome de bicheira a essas larvas.

O Capstar pode ser comprado em qualquer pet, basta dar o comprimido que logo você vai ver as larvas caindo, no dia seguinte já não tem mais nenhuma larva viva.
Quando você vir as larvas caindo, coloque o pet num lugar confortável para ele, pegue uma pinça e faça uma limpeza no local, retirando as larvas mortas, limpe bem o local (buraco que a bicheira fez) e passe o larvicida no ferimento após tem utilizado o Capstar, pois o efeito do Capstar só dura aproximadamente 2 dias e aplicar algum antibiótico e antiinflamatório como o Agrodel para auxiliar na cicatrização do ferimento.

Com esse cuidado o animal ficará livre da bicheira e você  terá salvado uma vida com suas próprias mãos. 

 Julinha Andrade e esse mesmo o tratamento!!!! a luiza está certissima .....faço medicina veterinária e esse e o procedimento correto!!!! dar o capstar ....qdo as larvas caírem desinfectar o local com água oxigenada e após secar em volta do local, e aplicar bactrovet prata em todo o local principalmente dentro do buraco...e pode dar meloxican antiflamatorio por 2 dias de 12 em 12 hrs ....para evitar a aproximação de moscas no seu pet, diluir uma tampinha de citronela em 2 litros de água...molhar uma escova e passar por todo o corpo do animal....e assim podemos evitar alguns gastos desnecessários p ajudar nossos bichinhos!!!!




Erliquiose Canina (Doença do Carrapato)

A erliquiose é uma enfermidade parasitária que acomete cães de todas as raças e idades. Foi descrito pela primeira vez no Brasil em 1973 (Costa et al.) e nos últimos anos vem apresentando um aumento significativo no número de animais infectados em várias regiões do Brasil e do mundo. É considerada uma zoonose, isto é, doença que pode ser transmitida dos animais para os homens.
Sua transmissão ocorre principalmente por meio da picada do carrapato vermelho dos cães, Rhipicephalus sanguineus, infectados com Ehrlichia canis.
O período de maior incidência é durante a primavera e o verão, onde as condições climáticas favorecem a proliferação dos carrapatos, podendo, todavia, ocorrer infecção em outras épocas do ano.
Sabe-se que o cão pode estar infectado com Ehrlichia canis e não apresentar nenhum sintoma clínico durante semanas e até por anos, entretanto, ele é um portador e disseminador da doença.
Se o cão for exposto ao carrapato, o risco de Erliquiose existe.
Os sinais clínicos da Erliquiose estão divididos em três fases:

Fase I: Aguda (início da infecção)
Pode durar de 2 a 4 semanas.
Sinais clínicos e sintomas:
- Febre (39,5 a 41,5 ºC)
- Fraqueza muscular
- Letargia
- Perda de apetite
- Perda de peso
- Petéquias hemorrágicas
- Secreção nasal purulenta
- Tremores musculares
- Relutância em movimentar-se

Fase II: sub-aguda (Assintomática)
Pode durar meses ou anos. Ocasionalmente passa despercebida pelo proprietário.

Fase III: crônica
Sinais e sintomas:
- Febre (39,5 a 41,5 ºC)
- Apatia
- Perda de apetite
- Perda de peso
- Fraqueza muscular
- Secreção nasal e ocular
- Emaciação e aumento do baço
- Astenia
- Edema de membros
- Hemorragias
- Hifema
- Uveítes
- Opacidade de córnea
- Palidez de mucosa
- Susceptibilidade a doenças secundárias
- Linfoadenopatia
- Ulcerações de mucosas
- Susceptibilidade à infecção secundária
- Convulsões

Diagnóstico
Na fase inicial, a doença é de difícil diagnóstico, pois os testes podem apresentar resultados falsos e os sinais clínicos são inespecíficos.
Por isso, o diagnóstico deve ser baseado na suspeita clínica, histórico de presença de carrapato e será confirmado por testes laboratorias, como o Esfregaço Sangüíneo, onde se verifica a presença do hemoparasita no sangue, porém este método de diagnóstico se torna difícil devido à dificuldade de visualização das rickettsias intracelulares; o teste Imunofluorescência Indireta, detecta a presença de anticorpos, sendo, portanto o teste de maior confiabilidade no resultado.

Agente Etiológico
A Ehrlichia canis é um microrganismo intracelular obrigatório, Gram-negativo, pertencente à família das Rickettsiaceae, do gênero Ehrlichia.
É um microrganismo que parasita obrigatoriamente os leucócitos (células brancas) dos animais, onde ocorre a sua replicação. Tem como hospedeiro primário os artrópodes (carrapato) e como hospedeiro secundário os vertebrados, causando a Erliquiose. Este tipo de rickettsia acomete os canídeos, eqüídeos, ruminantes, homens e raramente os felinos.
O ciclo de vida deste microrganismo não está totalmente descrito, mas sabe-se que os estágios de desenvolvimento são iguais nos animais e nos carrapatos, onde ocorre a multiplicação da Ehrlichia canis nos hematócitos e nas células das glândulas salivares (Lewis et al, 1977, citado por Corrêa e Corrêa, 1992).

Contaminação
A contaminação ocorre principalmente por meio do carrapato Rhipicephalus sanguineus, que tem grande importância epidemiológica por ser cosmopolita e o principal reservatório da doença. Este carrapato é um típico parasita de três hospedeiros, isto é, durante as fases de sua evolução (larva, ninfa e adulto), ele pode parasitar três animais diferentes e as mudas de fase ocorrem fora do corpo do hospedeiro, facilitando a transmissão da doença. O carrapato é contaminado quando se alimenta do sangue de um cão portador de Ehrlichia canis, e este agente se multiplica no interior do carrapato mantendo-se vivo por até 5 meses. O carrapato passa a transmitir a Ehrlichia canis 3 a 5 dias após a sua contaminação.
Este carrapato pica um animal sadio, e durante a picada, libera no local, secreções salivares que contêm a Ehrlichia canis, infectando o animal.

Cão com infestação de carrapatos em uma das orelhas

O período de incubação varia de 7 a 21 dias, e passa para a fase aguda que dura de 2 a 4 semanas.
Pode ocorrer também a infecção por meio de transfusão sangüínea, de instrumentais, agulhas contaminadas e via transplacentária.
O agente se multiplica nos órgãos do sistema mononuclear fagocítico (fígado, baço e linfonodos). Os monócitos ligam-se às células Endoteliais dando início à vasculite. A destruição das plaquetas e a persistente trombocitopenia tende a hemorragias em membranas, mucosas, ou em qualquer outro sistema orgânico.
A anemia ocorre devido à leucopenia na fase aguda e à hipoplasia da medula óssea na fase crônica.

Tratamento
Dentre os protocolos existentes para o tratamento da erliquiose canina, o antibiótico de eleição é a Doxiciclina (Doxifin Comprimidos), um antibiótico bacteriostático da família das Tetraciclinas que atua em todos os estágios da Erliquiose canina.
O tratamento pode variar de acordo com a fase e o estado em que o animal se encontra e a dose recomendada pode variar de 5 a 11 mg/kg de peso corporal, duas vezes ao dia, sendo no mínimo 14 a 21 dias de tratamento na fase crônica e até 8 semanas na fase aguda.
Pode ser realizado tratamento de suporte à base de fluidoterapia principalmente em casos crônicos e corticóides para animais em quadros de trombocitopenia e, em alguns casos, faz-se necessária a transfusão sangüínea.
Alguns autores recomendam prolongar o tratamento por mais de 6 semanas nos casos de erliquiose subclínica (HARRUS et al., 1998).

Doxifin comprimidos
- Medicamento de eleição para o tratamento de erliquiose canina. Apresenta um alto nível de cura com dosagens terapêuticas menores que outros medicamentos.
- Alto grau de lipossolubilidade, ampla distribuição pelo organismo e alta taxa de absorção.
- Pode ser administrado junto à alimentação.
- Pode ser administrado em animais idosos e/ou com insuficiência renal.

Prevenção
- A prevenção é feita por meio do controle dos carrapatos no animal e no ambiente com o uso de carrapaticidas seguros e de baixa toxicidade.
- Animais de pêlos longos em períodos de muito calor podem ser tosados para facilitar o controle de parasitas.
- Tratamento imediato dos animais doentes.

Prognóstico
O prognóstico será favorável para os cães que se encontram na fase aguda e reservado para cães que estão na fase crônica, pois nesta fase o animal
poderá apresentar supressão da medula óssea e diminuição das células sangüíneas, não respondendo devidamente ao tratamento.
Sendo assim, ao se suspeitar de Erliquiose canina deve-se iniciar o tratamento imediatamente.
- O tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível.
- Repetir o hemograma durante e após o tratamento.
- Manter o animal em repouso.
- Manter alimentação normal e água à vontade.
- Pode ser feita uma suplementação vitamínico-mineral.
- Efetuar um bom controle de carrapato no ambiente e no animal.


Bom, um cachorro saudável é algo importante para todos os proprietários. Todos os pet proprietários querem garantir seu cão feliz e tenha uma vida longa e livre de doenças. As doenças caninas ou são hereditárias ou congênitas ou adquirido através de ferimentos ou condições ambientais. Este artigo é sobre doenças herdadas cão e destina-se a ajudá-lo a compreender alguns dos transtornos comuns da saúde canina.

A maioria dos criadores gastam muito tempo e recursos tentando se livrar de doenças genéticas em suas linhas. No entanto, alguns criadores amadores são produtores de cães em fundo de quintal não visando a importância de certos exames e estudos antes de um cruzamento, visando assim evitar a propagação de certas doenças.

Entrópio

Esta má-formação manisfestase por uma inversão para dentro do bordo palpebral. Pode afetar tanto a pálpebra superior como a inferior. As pestanas ou os pêlos (a pálpebra inferior do cão não tem pestanas) em contato permanente com a córnea, irritam-na, provocando um lacrimejar constante.

Três origens

O entrópio pode ser congênito, reflexo ou adquirido.

entrópio congênito encontra-se em numerosas raças, em particular no Chow Chow, Shar Pei, Braco Alemão, Cocker inglês e americano, Bulldogue e Labrador, entre outras. Tendo em vista o caráter racial bem marcado desta doença, atribui-se uma origem possivelmente genética.

entrópio reflexo, também chamado espástico, é conseqüência de uma violenta dor ocular que provoca um blefaroespasmo, isto é, uma contração do músculo orbicular das pálpebras, causador do fechamento do olho. Pode ser devido a uma úlcera da córnea, à presença de um corpo estranho no olho, a uma queratite ou a uma conjuntivite crônica.

entrópio adquirido, mais rarocostuma ser conseqüência de uma cirurgia palpebral mal feita ou o prolongamento de um entrópio reflexo que se tornou irreversível.

Sintomas

Fáceis de descrever, separam-se da seguinte maneira:

  • epífor ou lacrimejamento;
  • blefaroespasmo (contração das pálpebras);
  • inversão do bordo palpebral;
  • todas as conseqüências ao nível da conjuntiva e da córnea, ligadas à irritação, como a queratite, conjuntivite, vemelhidão.

Em qualquer caso, o diagnóstico diferencial do entrópio reflexo torna-se difícil de estabelecer. Na verdade, é sempre delicado determinar o processo primitivo que deu origem ao entrópio: lesões conjuntivas ou corneanas ou então inversão da pálpebra, podendo as primeiras serem conseqüências da segunda e vice-versa. Assim, torna-se difícil tomar a decisão de operar ou não.

O entrópio somente pode ser corrigido pela cirurgia. Todas as técnicas conhecidas têm, por objetivo, corrigir a inversão do bordo palpebral a fim de evitar traumatismos causados à conjuntiva e à córnea pelas pestanas e pêlos.

Método Suave

Aplicado, especialmente, aos cães jovens, pois pode-se esperar que o esticamento da pele melhore durante o crescimento e desapareça a anomalia. É o que ocorre, principalmente, ao Shar Pei, cujas pregas diminuem na idade adulta. Neste caso, procede-se à aplicação de pontos de sutura intrapalpebrais, para manter o bordo da pálpebra distante da córnea. Esta intervenção costuma ser praticada com anestesia local.

Método Forte

Consiste em recortar pedaços ne pele e depois esticar a pálpebra com vários pontos de sutura para colocá-la de novo em seu lugar. Realizada, necessariamente, com anestesia geral, esta delicada operação exige um instrumental de pequenas proporções. Nos casos graves, torna-se indispensável fazer várias correções cirúrgicas sucessivas que necessitm de outras intervenções.

Se tudo correr bem, ao final de mais ou menos 2 semanas, verifica-se a regressão total dos sintomas. Durante a fase de cicatrização, coloca-se no cão um colar de proteção para evitar que se machuque ao se coçar.

A necessidade  de se recorrer a esta técnica depende de fatores tão diferentes como a raça e a gravidade e a posição da anomalia da pálpebra.

Entropion

Ectrópio

É a má-formação inversa do entrópio. O bordo palpebral, virado para o exterior, deixa de proteger a conjuntiva. O ectrópio afeta apenas a pálpebra inferior. Pode ser congênito ou adquirido.

ectrópio congênito observa-se principalmente em cães de pele mole, como o São BernardoCocker e o Mastim Napolitano. Além do característico olho triste, os sintomas clínicos são um lacrimejar unido ao fato de a pálpebra inferior não chegar a reter a película lacrimal e a vermelhidão da conjuntiva permanentemente exposta às agressões do meio exterior.

ectrópio adquirido é conseqüência de uma cicatriz que repuxa sobre a pálpebra inferior, quer seja devido a um traumatismo, quer por causa de uma sobrecorreção numa intervenção cirúrgica de entrópio.

Tratamento

Diamante

A intervenção cirúrgica só se impõe realmente em caso de doença grave. A maioria dos animais acostuma-se a viver com um ectrópio leve. A operação, realizada com anestesia, consiste em elevar a pálpebra inferior por diversos processos. As suturas de pequeno tamanho, frágeis, devem ficar protegidas durante o tempo de cicatrização. Nos casos complicados, podem coexistir entrópio e ectrópio, em particular no São Bernardo e no Dogue Alemão: é o que se chama de ‘olho de diamante’, cuja correção cirúrgica se torna particularmente difícil.

Displasia do cotovelo (DC)

Displasia do cotovelo (DC)

É uma doença hereditária em que as articulações do cotovelo à frente pernas são incorretas. Ela  normalmente faz a sua aparição em torno de 7 a 10 meses de idade e é tratada com anti-inflamatórios e também cirurgia. Todas as raças são suscetíveis à doença, mas é mais comum em raças grandes masculino. 

Displasia Coxofemoral (DCF)

A displasia coxofemoral (DCF) consiste numa deformação nas articulações coxofemorais impossibilitando o correto encaixe da cabeça femoral no acetábulo (ligação entre a bacia e os membros traseiros).

Incide sobre todas as raças, mas principalmente em raças grandes e naquelas de crescimento rápido, atingindo machos e fêmeas com igual freqüência, podendo comprometer uma ou ambas articulações (normalmente atinge as duas).

Transmitida de forma hereditária, a displasia é uma doença de caráter recessivo e poligênico (determinado por mais de um par de genes) fortemente influenciada por fatores de manejo e do meio  ambiente, tais como, piso liso e escorregadio, postura do filhote ao amamentar-se, peso do animal, hiperalimentação (ingestão excessiva de cálcio durante o desenvolvimento), crescimento rápido, etc.

A displasia provoca muitas dores no animal quando esse se locomove, além de proporcionar um andar imperfeito, afetando a resistência do animal.

A raça também vai influenciar o modo que a displasia se desenvolve, pois existe uma disparidade entre a massa muscular primária e o crescimento esquelético desproporcionalmente rápido, resultando em uma instabilidade articular, a qual por sua vez, levará a uma frouxidão articular, podendo ocorrer arrasamento da cavidade acetabular e subluxação. Nessa etapa, o animal ainda pode não apresentar uma claudicação (“manqueira”) ou rigidez evidente. Alguns animais jovens podem apresentar uma claudicação aguda após exercícios ou caminhadas, enquanto outros apresentam uma repentina redução das atividades e o aparecimento de uma sensibilidade nos membros pélvicos. Ocorrem alterações ósseas que desaparecem com a maturidade esquelética, e é onde encontramos animais assintomáticos, ou seja, isentos de dor significativa.

Os sintomas aparecem a partir dos quatro/seis meses e se baseia não apenas na dor, mas na claudicação, dificuldade de locomoção, atrofia muscular, mobilidade alterada (excessiva ou diminuída) dependendo da fase (aguda e crônica respectivamente) e, finalmente, crepitação ao exame clínico da articulação.

Displasia Coxofemoral (DCF)

Os cães que apresentam uma idade mais avançada acabam se encaixando num quadro clínico diferente, onde as pequenas alterações, aparentemente assintomáticas, evoluíram para uma doença articular degenerativa crônica, e o animal manifesta a sua dor se levantando com dificuldade, evitando caminhar e brincar, tornando-se triste, com seu humor e temperamento alterados.

O diagnóstico da DCF é realizado através de uma radiografia das articulações coxofemorais com os membros em total extensão, paralelos entre si e com a coluna vertebral, em posição ventro-dorsal, abrangendo toda a pelve até as articulações femoro-tibio-patelares, e com o animal sob sedação para melhor relaxamento muscular e consequentemente maior rigor no exame.

Torção Gástrica

A torção gástrica afeta de maneira particular os cães de raças de grande porte e que possuem ‘peito profundo’. Cães de pequeno porte também podem sofrer torções gástricas, apesar de ser extremamente raro. A causa primária é desconhecida, mas inúmeros estudos estão sendo realizados com o objetivo de definir sua genealogia.

Em determinadas circunstâncias o estômago dos cães dilata-se (ingestão de refeições muito abundantes ou rica em alimentos fermentáveis e esvaziamento insuficiente do estômago pelo piloro) e com um movimento brusco torce-se segundo seu eixo longitudinal. O piloro passa por baixo do estômago e fica numa posição por cida do cárdia, do lado esquerdo do cão No eixo torcido ficam alguns vasos sanguíneos importantes que interrompem o bombeamento do sangue para uma parte considerável do abdômen. Na realidade, o animal entra em estado de choque na medida que o conteúdo estomacal não sai nem por cima (vômito) nem por baixo (fezes).

Existem duas situações que agravam o estado do cão: o acúmulo de gases, proveniente da fermentação o conteúdo estomacal e a obstrução dos 2 orifícios do estômago: cárdia e piloro, que em situações normais promovem o alívio através do vômito ou passagem para o intestino.

O estômago dilatado, comprime a caixa toráxica originando dificuldades respiratórias e má oxigenação do sangue.

Essa dilatação/torção, envolve alterações anatômicas importantes e choque hipovolêmico pela súbita oclusão de vasos sangüíneos. Há ainda o deslocamento do baço, o que comprime a veia cava caudal fazendo baixar a pressão arterial e causando complicações na circulação das artérias que irrigam o coração, provocando arritmia.

Veja abaixo alguns dados do estudo realizado pela Universidade Perdue de Medicina Veterinária sobre a doença:

  • Tamanho: quanto maior o cão, maior o risco.
  • Conformação do tórax: cães com tórax profundo e estreito são mais suscetíveis.
  • Idade: animais mais velhos correm maior risco, especialmente após os 7 anos.
  • Base genética: se existem parentes do cão que já sofreram de torção gástrica o risco aumenta sensivelmente.
  • Personalidade: segundo o estudo, cães mais tímidos e medrosos correm mais risco que aqueles mais amigáveis ou curiosos.
Sintomas de Alerta 

Nem todos os animais desenvolvem todos os sintomas, mas é importante que o dono esteja atento ao seu aparecimento:

  • Inquietação
  • Mal-estar
  • O cão baba
  • Tentativas infrutíferas de vomitar
  • Palidez das mucosas
  • Dificuldades respiratórias
  • Perda de consciência

Tratamento

O tratamento deve ser extremamente rápido, portanto, tenha sempre à mão os telefones de seu veterinário para casos de emergência. O proprietário NÃO DEVE tentar ajudar sozinho seu cão.

A prioridade no ‘primeiro-socorro’ deve ser tratar o estado de choque e a arritimia cardíaca. Para tal, deve-se procurar descomprimir o estômago e iniciar o tratamento com soro e com a introdução de uma sonda pela boca até o estômago.

Prevenção

A principal medida preventiva diz respeito às quantidades de alimento que o cão ingere a cada refeição. Assim, recomenda-se dividir a quantidade total das refeições em 2/3 vezes ao dia, evitando sobrecarga do aparelho digestivo e evitando especialmente concentrar a alimentação no período noturno.

Deve-se evitar que os cães que comam muito rápido, uma vez que desta maneira, eles acabam enchendo o estômago de ar. Outra dica, especialmente para os que possuem cães de grande porte é evitar colocar os pratos de comida no chão. Deve-se preferir colocá-los em suportes de modo que o cão não tenha que abaixar-se muito para comer.

Uma vez que há determinação genética quanto à sensibilidade à torção gástrica, deve-se evitar acasalar cães que apresentem este problema.

O que é a piómetra?

De uma forma simplificada, a piómetra é uma infecção do útero. No entanto, a maioria dos casos de piómetra são mais difíceis de tratar que uma simples infecção.

A infecção da parede do útero ocorre devido a certas modificações hormonais. Após o estro (“cio”), os níveis de progesterona (uma das hormonas envolvidas no ciclo menstrual) permanecem elevados durante 8 a 10 semanas, provocando um espessamento da parede do útero como preparação para a gravidez. Se a gravidez não ocorrer após vários ciclos, a espessura da parede continua a aumentar até que se formam quistos no seu interior. A parede quística espessada produz fluídos que criam o ambiente ideal para o crescimento de bactérias. Além disso, os níveis elevados de progesterona inibem a capacidade de contracção dos músculos da parede do útero, conduzindo à acumulação nociva destes fluídos.

Que outras situações podem causar estas alterações no útero?

A utilização de medicamentos à base de progesterona podem provocar o mesmo fenómeno. Adicionalmente, o estrogénio (outra hormona sexual) aumenta os efeitos da progesterona sobre o útero. Medicamentos que contêm alguma destas hormonas são por vezes usados para tratar certos problemas do sistema reprodutor.

Como é que as bactérias chegam ao útero?

O cérvix é a porta de entrada do útero. Ele está quase sempre fechado, abrindo no estro. Quando está aberto, as bactérias que se encontram normalmente presentes na vagina podem entrar no útero muito facilmente. Se o útero estiver normal, o ambiente é adverso para a sobrevivência das bactérias. No entanto, quando a parede uterina está espessada e quística existem as condições ideais para o crescimento bacteriano. Além disso, quando estas circunstâncias anormais se verificam os músculos do útero não conseguem contrair-se convenientemente. Isto significa que as bactérias que entram no útero não podem ser expulsas.

Quando ocorre?

A piómetra pode ocorrer em cadelas de qualquer idade após o primeiro cio. No entanto é mais comum em cadelas mais velhas. Após vários anos de ciclos éstricos sem gestação começam a ocorrer na parede uterina as alterações que favorecem esta doença.

O momento típico para o aparecimento de piómetra ocorre 1 a 2 meses após o estro.

Quais são os sintomas duma cadela com piómetra?

Os sinais clínicos variam consoante o cérvix se encontre fechado ou aberto. Se estiver aberto, o pús acumulado no útero drenará para o exterior, notando-se um corrimento de aparência variável na vagina, na pele e pelo sob a cauda e até nos locais onde a cadela se tenha sentado ou deitado. Podem ainda notar-se febre, letargia, anorexia e depressão.

Se o cérvix estiver fechado o pús que se forma não é drenado para o exterior. Acumula-se no útero, causando distensão abdominal. As bactérias libertam toxinas que são absorvidas para a circulação. Nestes casos, as cadelas normalmente ficam gravemente doentes em pouco tempo. Perdem o apetite e ficam apáticas e deprimidas. Podem ocorrer vómitos e diarreia.

As toxinas bacterianas afectam a capacidade renal de filtrar e reter os fluídos. A produção de urina aumenta e as cadelas bebem água em excesso para compensar as perdas renais. Isto ocorre tanto nas piómetras abertas como nas fechadas.

Como é diagnosticada?

Uma cadela de aparência doente que beba demasiada água e não tenha sido esterilizada é sempre suspeita de sofrer de piómetra. Isto é especialmente válido se o abdómen estiver aumentado ou houver descarga vaginal. As cadelas com piómetra têm uma elevação marcada dos glóbulos brancos e das globulinas (um tipo de proteína produzida pelo sistema imunitário) no sangue. A densidade da urina é muito baixa devido aos efeitos tóxicos das bactérias sobre os rins. No entanto, todas estas alterações podem estar presentes em qualquer animal com uma infecção bacteriana grave.

Se o cérvix estiver fechado pode realizar-se uma radiografia para identificar o útero aumentado. Se o cérvix estiver aberto, o aumento do volume uterino não é normalmente suficiente para que a radiografia seja conclusiva. A realização de uma ecografia é de grande utilidade na identificação de um útero aumentado e na sua distinção de uma gravidez normal.

Como é tratada?

O tratamento de eleição consiste na remoção cirúrgica do útero e dos ovários. Este procedimento chama-se ovario-histerectomia (esterilização). No entanto, a maioria dos pacientes está gravemente doente e a cirurgia não é tão rotineira como numa cadela saudável. Geralmente é necessário estabilizar o paciente através da administração de fluidoterapia intravenosa antes e após a cirurgia. Adicionalmente, é realizada antibioterapia durante 1 a 2 semanas.

A minha cadela é uma reprodutora valiosa. É possível tratá-la sem a esterilizar?

Existe uma abordagem médica ao tratamento da piómetra. As prostaglandinas são um grupo de hormonas que diminuem os níveis sanguíneos de progesterona, promovem o relaxamento e abertura do cérvix e a contracção do útero de modo a expelir as bactérias e o pús. Podem usar-se para tratar esta doença, mas nem sempre este tratamento é bem sucedido e existem algumas limitações importantes à sua utilização:

1. Causam os seguintes efeitos secundários: agitação, respiração acelerada, náusea, vómito, defecação, salivação e dor abdominal. Estes efeitos manifestam-se cerca de 15 minutos após a injecção e duram algumas horas. Tornam-se progressivamente mais ligeiros com cada injecção subsequente e podem ser reduzidos passeando a cadela durante 30 minutos após a injecção.

2. Não ocorrem melhoras clinicamente relevantes nas primeiras 48 horas e por isso as cadelas que se encontrem severamente doentes são más candidatas a este tratamento.

3. Como provocam a contracção do útero, existe o risco de ruptura da parede uterina e disseminação da infecção para a cavidade abdominal. Isto é particularmente provável quando o cérvix se encontra fechado.

Existem alguns dados estatísticos importantes que deve conhecer acerca desta forma de
tratamento:

1. A taxa de sucesso no tratamento de piómetra aberta é de 75-90%.
2. A taxa de sucesso no tratamento de piómetra fechada é de 25-40%.
3. O risco de recidiva da doença é de 50-75%.
4. As hipóteses de sucesso num cruzamento subsequente são de 50-75%.

O que acontece se nenhum dos tratamentos anteriormente descritos for realizado?

As hipóteses de sucesso num tratamento de piómetra sem recurso à cirurgia ou à administração de prostaglandinas são extremamente baixas. Se o tratamento adequado não for realizado rapidamente os efeitos tóxicos bacterianos serão fatais. Se o cérvix estiver fechado é possível ocorrer a ruptura do útero, disseminando-se a infecção à cavidade abdominal e estabelecendo-se uma peritonite. Isto também será fatal.

Utéro com piometra sendo removido cirurgicamente




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